quinta-feira

Estrada para o Céu (2ª parte)

     ( 1ª parte )   
             ( 2ª parte )

Era o final do 2º dia de vadigem para mim...
e desta vez não teria o quentinho duma casa como na noite anterior... ou pensava eu, de que...

A coisa estava a ficar negra, e eu via na expressão do Hugo que algo estava menos bem,
e a minha expressão devia ser igual, pois eu começava a ter medo do que estava para vir,
ora calcem as nossas botas e pensem comigo:

- não parava de chover, e o frio de alta qualidade com chuva era garantido nesta noite,
- encontrar um local para montar tenda e depois fazer o jantar, iria ser do caraças...
- sem esquecer que a roupa e a malta já estava saturada de tanta agua,
- o terreno era de muita dificuldade para se fazer à noite, e nem o conhecíamos,
- e ainda por cima, era uma noite escura e escorregadia...


Aquilo que o Hugo dissesse ou sugerisse,
a malta concordava porque confiávamos inteiramente nele, incluindo eu (sem espinhas)...
Mas o Hugo olhava para mim... e ele deve ter-se apercebido que eu estava com "medo", pois eu desviava sempre o olhar e fugia à conversa...

Mas eu lembrei-me do meu Pai e das suas palavras:
- Filho, quando estiveres entre a espada e a parede!!
  ...ou vais para a esquerda ou para a direita, que atrás tens a parede e à frente tens a espada!!

Eu sorri e disse ao Hugo:
- vamos para Drave, como planeado e que se lixe, porque vamos ter sorte !!
   ...e se tivermos azar, damos meia volta e cada qual vai dormir a casa!! e termina-se isto e pronto!!

Lá está... ou íamos para a "esquerda" ou para a "direita"... eheheheh


...antes dessa conversa, tínhamos tido um daqueles dias 
simplesmente tínhamos tido aquilo que tanto desejávamos... eheheh

Serra de Montemuro 



..."desejávamos" entre aspas, 
tirando uma coisa ou outra que é sempre dispensável... eheheh 
mas quedas para o lado, fazem sempre parte da coisa,





e estávamos de barriguinha cheia, mas também fartos de levar com agua molhada...
e tinha sido agua liquida, solida, e a pairar (chuva, granizo e neve)





A descida para a Aldeia da Drave (1), era uns 3 km e tal em fora de estrada,
e o inverno tinha estragado uma boa parte do caminho, sendo impossível para um automóvel, ou para gajos(as) com vertigens.

(1) Diz-se sempre "Tive uma actividade na Drave." E também, por exemplo, "Fui à Drave" e não "Fui a Drave." É estranho, não é?  Mas se, se cruzareem com pessoas das redondezas ou antigos habitantes da Drave (e não de Drave), verificam que é assim que eles se referem à aldeia - a aldeia da Drave. (FONTE)

os últimos 650 metros eram o derradeiro golpe misericordiosa na já "beliscada moral das tropas"

esses últimos metros eram feitos a pé, com a carga das malas e capacete na mão,
e eu, nem sei como, escorreguei e caí todo junto de costas com as coisas nas mãos...
É da idade... só pode!! estou mesmo a ficar velho para isto, eheheheh


Começamos a descida a pé em 3 grupos, e não é que se perdemos todos uns dos outros.
Incrível !! eu nem queria acreditar nisto, 
como é que nos tínhamos perdido uns dos outros !?!?

A minha lanterna de pôr na testa, alumia até aos pés e pouco mais,
Todos os outros estavam a utilizar as lanternas dos telemóveis, e nem uma estrela no céu para nos dar uma ajuda, quanto mais o luar,
o caminho por vezes não se parecia com caminho, e depois de alguma atrapalhação apimentada com chuva, lá nos encontramos todos... 


Os Escuteiros que são os "Guardiões" da Drave deram-nos uma ajuda...
ou seja, safaram-nos "de boa"

...e emprestaram-nos uma modesta mas muito confortável casinha com uns beliches.




Pela manhã podemos apreciar a beleza da Aldeia,
e agora já conseguíamos rir, a olhar para os caminhos onde horas antes andamos perdidos.






Não tenho imagens para descrever a beleza da Aldeia,
ou para mostrar o quanto agreste é os arredores,
A aldeia está dentro duma espécie de vale, ou sei lá...
talvez seja um dos locais mais singulares e bonitos que visitei.





Depois de vestir a roupa sequinha e novamente confortável,
e depois de agradecer a hospitalidade, era altura de voltar à estrada, ou espécie de estrada,

Aquilo que não tínhamos visto à chegada, podia agora ser apreciado durante a subida...



Aldeia da Drave






A próxima etapa era a visita e passagem pela estrada do "Portal do Inferno"
mas depois do que tínhamos vivido na véspera,
e também porque essa estrada seria o acesso para aldeia de Regoufe,
onde nos esperava um almoço num restaurante tipico,
fez dessa estrada um verdadeiro "Portal para o Céu", eheheheh





E fica aqui uma imagem aérea dessa estrada,

PS: uma dica para fazer uma imagem aérea deste tipo:
programa-se a maquina peligrafica para disparar 10 segundos depois, 
e atira-se a maquineta o mais alto possível... 
ou então tira-se uma foto ao painel informativo que existe no miradouro 
Serra da Freita    



...e claro,
mais uma "foto de família",
PS 2: desta vez com a tal temporização de 10 segundos eheheh





E já chega de escrever sobre coisas difíceis,
Beber bem, comer ainda melhor, e com todo o  tempo do mundo... era a próximo desafio,

e começamos pelas entradas,





O prato principal, era de longe melhor que as entradas...
as sobremesas (e digo no plural porque deu mais que duas a cada um) era de chorar por mais...

O ambiente com as senhoras do restaurante tornou-se rapidamente familiar,
pois nas conversas que nasciam, descobrimos muitas coisas em comum entre todos...







Despedi-me do pessoal à saída do restaurante,
Agora era atravessar novamente a Serra da Freita e orientar uma estrada que nos leva-se a casa...
os 350 km que tinha pela frente, podiam ter sido tão bons ou parecidos com os anteriores,

Mas não foram... e apanhei chuva desde o inicio até ao fim...
passei por lugares lindos e outros cheios de historia, como Águeda, e podia ter ido visitar as "ruínas" das fabricas da Zundapp e etc

etc etc...
e como tal, tenho que voltar brevemente à serra da Freita e de Montemuro
e repetir tudo novamente, eheheh


e pronto... foi mais ou menos assim:



....e OBRIGADO pela visita ao Blog...
(Edgar)


Estrada para o Céu     ( 1ª parte )
                                            ( 2ª parte )

Locais visitados: Valada - Porto - Gralheira - Serra de Montemuro - Serra da Freita - Drave - Portal do Inferno - Regoufe - Restaurante "O Mineiro"
Kms percorridos: 1031 km / Custo em gasolina: 70€ / Alimentação e café: 30€
Problemas e Avarias: As botas meteram muita agua.


4 comentários:

  1. A chegada aquela hora á aldeia parecia-me que a descida era bem má, mas depois de manha vi que nem era muito má. Uma Aldeia fantástica , conhecia-a com as melhores pessoas. :D

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    1. eheheh pois foi...
      faço das tuas, minhas palavras também :) eheheh

      ABRAÇO (Edgar)

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  2. Muito bom! Mas neve e frio não é a minha onda!! EHEH!

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    1. pois... eheheh
      Foi uma surpresa do caraças encontra neve nesta altura na serra da Freita,
      porque na semana anterior estavam dias parecidos com o verão...
      ABRAÇO
      e OBR pela vista :)
      (Edgar)

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